PEDROSA/CAMPOS: UMA DUPLA EM ASCENSÃO

O percurso de João Pedrosa e Hugo Campos na etapa do circuito mundial em que conseguiram a sua melhor qualificação não foi fácil, tendo começado da forma mais complicada possível: a disputa do Qualifying… Porém, o caminho da dupla portuguesa até às meias-finais seria marcado por bons resultados e ainda melhores exibições, das quais o seu treinador, Leonel Gomes, destaca o duelo ibérico com os «amigos» espanhóis Javier e Alejandro Huerta.

Na análise ao recente 4.º lugar no Beach Pro Tour Challenge de Torquay, a melhor classificação de sempre em etapas da categoria Challenger do Circuito Mundial desta dupla apoiada pela FPV, o Seleccionador Nacional de Masculinos traça o crescimento da sua dupla, em termos de confiança e poderio ao longo da competição australiana.

Começando por disputar a Fase de Qualificação, João e Hugo conseguiram o apuramento para o Quadro Principal do Beach Pro Tour Challenge de Torquay – Austrália ao vencerem a dupla da casa Christopher Blake/Jack Gregory por 2-0 (21-18 e 21-13).

Leonel Gomes recorda esses momentos:
Fizemos uma entrada tardia [late entry] no Challenge e, apesar de termos pontos suficientes para entrarmos directamente no Quadro Principal, tivemos de enfrentar a fase de qualificação.
Confesso que estava um bocado receoso, porque a Austrália tem boas duplas e calhou-nos logo uma dupla da casa. Contudo, fizemos um jogo exemplar, em que dominámos do princípio ao fim, e conseguimos entrar no Quadro Principal”.

Na jornada inaugural da Pool C do Quadro Principal, os portugueses não conseguiram superar (1-2: 16-21, 22-20 e 6-15) a dupla israelita Eylon Elazar/Netanel Amiram Ohana, mas rectificaram logo a mão, vencendo a dupla australiana, James Takken/Solomon Bushby (Austrália), por 2-1 (15-21, 21-18 e 15-8), e Pithak Tipjan/Poravid Taovato (Tailândia), por 2-0 (21-13 e 21-19), apurando-se para a fase seguinte.

A equipa de Israel está acima de nós no Ranking da FIVB e é composta por jogadores que conhecemos muito bem pois já realizámos muitos treinos com eles. Contudo, nunca os tínhamos defrontado em competições e as expectativas eram altas. Foi um jogo bastante equilibrado em que no final a vitória acabou por sorrir aos israelitas, que se mostram mais fortes.
Este jogo marcou um momento importante, pois a partir desta derrota ficámos sem tolerância de erros, tivemos que nos focar completamente, já que qualquer deslize podia ser fatal.
Frente a Takken/Bushby, e com excepção do primeiro set, voltámos a dominar o jogo.
Este jogo motivou-nos ainda mais e frente aos tailandeses não demos hipóteses, tendo estado muito bem no serviço”, salientou o seleccionador.

Nos oitavos-de-final, disputados na noite (21h00 locais) desse mesmo dia, Pedrosa e Campos defrontaram e venceram (2-1: 20-22, 21-16 e 15-12) os espanhóis Javier Huerta e Alejandro Huerta, que, este ano, foram 9.ºs classificados nos dois Challlenge disputados no Dubai e, ainda, no Futures de Montpellier (França).

Foi um verdadeiro duelo ibérico, com duas duplas que se conhecem muito bem e que têm relações de amizade.
Foi um jogo de batalha, tanto da parte deles como da nossa parte e, na minha opinião, o melhor jogo que o João e o Hugo fizeram nesta competição. Este jogo pôs-nos à prova: perdemos o primeiro set, que poderia ter caído para nós e, depois vencemos com autoridade os sets seguintes”, destacou.

Nos quartos de-final, nova dupla australiana, Izac Carracher/Mark Nicolaidis, que os jovens lusos venceriam por 2-1 (21-18, 17-21 e 15-12).
Pedrosa e Campos acabariam por ser afastados da final da competição pelos experientes italianos Adrian Carambula e Alex Ranghieri nas meias-finais, não sem terem dado uma intensa luta; 0-2 (25-27 e 13-25).

Nos quartos-de-final, enfrentámos a dupla número dois da Austrália, que já disputa etapas da Elite 16, mas conseguimos impor o nosso jogo e mostrar-nos superiores.
A partir daí, defrontámos os «tubarões»… Com o Carambula e ao Ranghieri, só conseguimos mostrar o nosso jogo no primeiro set, no qual tivemos oportunidade de fechar o set a nosso favor… Não conseguimos fechar esse set e frente a uma dupla olímpica, muito experiente, não concretizar as oportunidades paga-se caro e a experiência fez o jogo pender para o lado deles”, reconheceu.

João Pedrosa/Hugo Campos acabou por conseguir uma excelente classificação – a melhor classificação de sempre em etapas da categoria Challenger do Circuito Mundial – o 4.º lugar no Beach Pro Tour Challenge de Torquay ao perder (0-2: 18-21 e 15-21)  com a dupla australiana Christopher McHugh/Paul Burnett, vice-campeã dos Campeonatos Asiáticos e vencedora dos Commonwealth Games, no jogo de atribuição do 3.º e 4.º lugares.

No jogo para a medalha de bronze, defrontámos a dupla número 1 da Austrália, que tem dois jogadores muito altos e um ataque muito acutilante. O seu serviço forte e o bloco alto criaram-nos muitas dificuldades, que não conseguimos debelar.
Apesar de tudo, acabou por ser a nossa melhor prova da temporada.
Temos de estar orgulhosos e contentes pois conseguimos o melhor resultado de sempre em competições deste nível, que nos dá pontos para a próxima época no circuito mundial, o que é muito importante, sobretudo se nos possibilitar a entrada directa no quadro principal”, concluiu.

Esta é a melhor classificação de sempre em etapas da categoria Challenger do Circuito Mundial desta dupla apoiada pela Federação Portuguesa de Voleibol, que tem subido a pulso, mas de forma firme e progressiva, no ranking internacional da Federação Internacional de Voleibol (FIVB).

O Beach Pro Tour Challenge de Torquay foi a 11.ª prova do Volleyball World Beach Pro Tour da FIVB em que participaram João Pedrosa e Hugo Campos, depois de terem disputado o Beach Pro Tour Challenge do Dubai – 2nd, o Beach Pro Tour Challenge do Dubai – 1st, o Beach Pro Tour Future de Cortegaça, o Beach Pro Tour Challenge de Agadir, o Beach Pro Tour Challenge de Espinho,  o Beach Pro Tour Future de Giardini Naxos, o Beach Pro Tour Future de Madrid, em Espanha, o Beach Pro Tour Challenge de Doha, no Catar, o Beach Pro Tour Challenge de Tlaxcala, no México, e o Beach Pro Tour Challenge de Itapema, no Brasil.

Apesar da sua juventude, João Pedrosa e Hugo Campos, campeões mundiais universitários, têm já um registo significativo nos últimos anos:

2022
Beach Pro Tour Challenge de Torquay – 4.º lugar

Beach Pro Tour Challenge do Dubai – 2nd – 9.º lugar
Beach Pro Tour Challenge do Dubai – 1st – 9.º lugar
Mundiais Universitários de Voleibol de Praia, em Maceió/Brasil – 1.º lugar
Beach Pro Tour Future de Cortegaça/Portugal – 2.º lugar
Campeonato Nacional – Lidl, em Cortegaça – 1.º lugar
Beach Pro Tour Challenge de Agadir/Marrocos – 33.º lugar 
Beach Pro Tour Espinho Challenge/Portugal – 19.º lugar
Beach Pro Tour Giardini Naxos Future/Itália – 9.º lugar
Beach Pro Tour Madrid Future/Espanha – 17.º lugar
Beach Pro Tour Doha Challenge/Catar – 25.º lugar
Beach Pro Tour Itapema Challenge/Brasil – 33.º lugar

Beach Pro Tour Tlaxcala Challenge/México – 33.º lugar
2021
World Tour 2* (Praga/Rep. Checa) – 21.º lugar
World Tour 1* (Cortegaça/Portugal) – 2.º lugar
World Tour 1* (Sófia 2/Bulgária) – 2.º lugar
World Tour 1* (Sófia 1/Bulgária) – 3.º lugar
Europeu Sub-22 (Baden/Áustria) – 9.º lugar
World Tour 4* (Ostrava/Rep. Checa) – 41.º lugar
2020
Europeu Sub-22 (Izmir/Turquia) – 17.º lugar
World Tour 1* (Montpellier/França) – 9.º lugar
2019
Jogos do Mediterrâneo – 5.º lugar
World Tour 1* (Knokke-Heist/Bélgica) – 21.º lugar
World Tour 4* (Espinho/Portugal) – 25.º lugar
Europeu Sub-20 (Gotemburgo/Suécia) – 17.º lugar
2018
Torneio WEVZA (Quarteira/Portugal) – 4.º lugar
Europeu Sub-20 (Anapa/Rússia) – 25.º lugar
Europeu Sub-18 (Kazan/Rússia) – 17.º lugar
2017
CEV Youth Continental Cup – 3.º lugar

Ver currículo internacional de João Pedrosa aqui e de Hugo Campos aqui

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